o medo

E chegámos ao dia depois das autárquicas. Depois deste período de pavimentações e faits divers, chegou a hora de nos lembrarem o que devem/devemos. Na ordem do dia estarão cortes, demissões, pragas, maldições, e pior que tudo (o diabo seja surdo!) o segundo resgate. Apaguem as televisões e rasguem os jornais, pois agora já não há alcatrão que tape o buraco.


não gosto de si, tenho de lhe dizer!


Neste vídeo podemos apreciar a frontalidade de uma idosa que lamenta ao primeiro-ministro a dureza da situação em que vive e a calma com que ele lhe responde. No entanto, para mim ainda mais digno de nota é os microfones da TVI, SIC e Correio da Manhã estarem todos a ser seguros pela jornalista do Correio da Manhã, visto que os das outras estações não conseguiram arranjar lugar. Uma prova rara de solidariedade num setor bastante competitivo.


Agora que estamos perto das autárquicas é comum os ânimos exaltarem-se e todos ferverem em pouca água, mas não nos podemos esquecer que a política também é feita de apaixonantes momentos de amor. Um brinde!

lisbon revisited 2013

Estive quatro dias a passear pela capital. Deu para ver muita coisa e tirar fotos amiúde.

Fachadas

Lisboa continua a ter uma densidade de fachadas interessantes que não existe numa área tão extensa em mais nenhuma zona do país.








Panoramas

Ser uma terra de montes e vales tem esta vantagem: facilmente nos deparamos com vistas fantásticas.





Em movimento

A cidade não pára em nossa função, ela absorve-nos e continua a sua rotina.





o sofrágio

Devo-vos confessar que ainda não faço ideia em quem vou votar, entre CDU, PS, PSD, branco, nulo, não votar, CDS ou BE também há ao que parece.
Cada vez me identifico menos com o sistema e cada vez mais o sistema se identifica menos comigo. Estamos juntos a perceber que temos muito pouco a dar um ao outro. A minha experiência no associativismo é parca, passando por umas cenas estranhas na Associação Académica de Coimbra que o tempo me vai explicar.
Como tudo o que é mau funciona bem o esquema (vou alternar "sistema" com "esquema" para tornar menos maçador o texto) mantém-se nos mesmos moldes em todos os sufrágios populares, de que são exemplo maior as autárquicas. A cisão entre mim e o sistema é cada vez mais funda - começa a aparecer malta da minha idade nas listas. Malta impecável, que sempre ouvi os professores elogiar e cuja amizade era disputada com veemência. Gente conhecida e de bem, cujos pais já eram pessoas de prestígio. Enfim, jovens admirados pelos pares e reconhecidos pelos mais velhos que ficam a matar nos panfletos.
E pergunto-me - que posso eu dar a um esquema que nada tem para me oferecer? Bem, é este o problema que eu ainda não resolvi. Por um lado, sinto que se não sou parte da solução, sou parte do problema, por isso ainda está calor e a praia é mesmo aqui ao pé. Por outro lado, há uma belíssima frase de Clayton Williams que diz: rape is like bad weather: if it's inevitable, you might as well relax and enjoy it. Neste sentido, não nos compensa alienarmo-nos ao sistema, se ele estará sempre omnipresente.
Posto isto, há sempre a possibilidade de enveredar pelo território de excelência das autárquicas - a familiaridade com os candidatos. Se bem que enquanto uns votam no Tozé porque andaram com ele na escola, no Jorge porque são colegas de profissão ou no Luís porque são lá da rua dele, eu vou votar nos que menos chatices me fizerem lembrar. Lista por lista, será que encontro uma em que ninguém me tenha chamado nomes ou inventado queixinhas à professora? É um exercício penoso, pois quero entregar à próxima geração a melhor cidade possível, mas para isso é preciso escolher bem os que a vão gerir nesta. Mesmo que seja por exclusão de partes.

O que as oposições não dispensam é a mão de obra sindicalizada dos serviços do Estado, e que agora usam, em vez da antiga classe operária, para rechear os autocarros das manifestações. 

Rui Ramos, in Expresso

Há algum tempo os CTT lançaram o serviço telefónico Phone-Ix, e agora a Optimus fez a marca WTF. Em breve seguir-se-á a Vodafone com o Fou Das, a TMN com o Ptakparyu e a ZON com o Kará Liu.



Às vezes chego a pensar que os políticos são todos uns corruptos cujo único interesse em aceder ao poder é pôr o serviço público a funcionar em prol dos seus interesses privados. Felizmente, de quatro em quatro anos tenho a oportunidade de comprovar que não é nada assim. Ainda há políticos generosos, que vendo o desespero das populações, acenam com uma nota que, mesmo não resolvendo em nada o substancial do problema, conforta a curto prazo. Até dá gosto pagar impostos com Luís Filipe Menezes. E ainda bem, porque não vão ser poucos.



Eis uma cena que eu não percebo: não referir as fontes. Ficar com o crédito é muito fixe, e nem sequer vou pelo peso na consciência - não será muito provável que nos descubram a fraude?
Os Facebooks, blogs e afins metem tudo e todos sem se ralar com as referências, os media online muitas vezes também (especialmente o site da Sábado) mas eu esperava melhor da imprensa escrita. Eu sei que a concorrência da internet é muito grande, mas se é para fazer tudo à balda não precisamos dos jornais.


O site Portugal Romano fez este interessante artigo sobre Eburobrittium, a cidade romana que precedeu Óbidos. Um espaço que, se a autoestrada fizer o favor de sair do caminho, tem potencial para ganhar bastante importância no futuro e ser um dos ex-líbris do turismo do oeste.

autárquicas 2013: um cartaz para cada português!

Estamos na altura mais bonita do ano - nunca as rotundas estiveram mais floridas, as ruas mais pavimentadas, os edifícios tão bem pintados. Mas o melhor de tudo serão os cartazes que enchem Portugal de cor e alegria. Há para todos os gostos e feitios, e da direita à esquerda a inspiração não falta. A página do Facebook Tesourinhos das Autárquicas 2013 anda à procura dos melhores, e eu aproveito para vos deixar uma fina seleção:






  




  


Os fiéis do eng. Sócrates são sebastianistas, mas daquele Sebastião que, além de retornar, come tudo, tudo tudo sem colher.

Alberto Gonçalves, in Sábado


E se o calor nos deixou hoje, o mesmo não podemos dizer da temperatura da campanha para as autárquicas. Tão alta que entre acordos e desacordos ortográficos o PSD enveredou por pontuações castelhanas. ¡Muy caliente!

Eu fico a aguardar mais informações sobre este caso. Se vierem com o número de telefone das visadas, melhor. Os meus fins-de-semana são uma seca...


O Adriano Constantino tem-me ajudado bastante nos posts sobre história. Aqui o vemos a fotografar um muro, ou como os leitores deste blog saberão, o Convento do Vale Benfeito. Agora, temos a oportunidade de ter acesso a toda a sua sabedoria de arqueólogo através desta página no Facebook, que transborda informações bastante precisas (o que é raro) e boas referências bibliográficas. Merece o bocado de Internet que ocupa.