Deixo-vos o testemunho comovente do veterinário e crítico de touros (polivalência acima de tudo) Domingos da Costa Xavier. Conta ele: "Já lá vão muitos anos convenci, em Évora, um jovem estudante a ir para o centro do redondel. Ele foi e, passados uns minutos, já estava sem dentes. Muitos anos depois, numa outra cidade, um indivíduo veio ter comigo, perguntou-me se não me lembrava dele. Então ele esticou a mão e disse: 'Sou o Dantas e quero agradecer-lhe, pois por causa de si é que hoje sou aficionado'. Era o mesmo jovem que muitos anos antes eu incitara a saltar para a arena e que acabou por ficar sem dentes".
Fica assim provado que, enquanto houver Dantas, existirão touradas em Portugal. Porque o género de pessoa que agradece ter ficado sem dentes (sem estar a dirigir-se ao dentista que lhe arrancou os sisos que tantos tormentos lhe davam) vibrará sempre com a bela "festa brava".


Joana Marques

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