No decorrer da construção de um bloco de apartamentos, foram descobertas ruínas romanas.
Eventualmente foi dada autorização para as obras prosseguirem mas a empresa ficou sem dinheiro e desde então nada mais se fez, a não ser os bombeiros extraírem a água do terreno quando fica transformado num enorme lago devido à água da chuva que não consegue escoar.
O que de mais recente lá se encontra são alguns carrinhos do LIDL:
Entre os romanos e a atualidade os únicos edifícios dos quais tenho conhecimento a serem levantados neste terreno foram fotografados por António Jesus Lourenço em 1983:
Mesmo assim, ainda há vestígios que estiveram quase para desaparecer, mas por acaso escaparam, como é o caso deste canto:
O vestígio que mais sobressai parece ser a base de uma chaminé.
Na foto de cima vê-se o que parece ser um buraco feito por uma máquina que foi impedida de prosseguir. O que impediu então que tudo o resto fosse arrasado e esta estrutura salva? Talvez o entendimento de que também poderia ser romana. Eu também pensava que seria romana, no entanto perto dela estão vestígios mais antigos, que pela sua reduzida altura mostram que a estrutura em tijolo é mais recente.
Existe um canal, outrora subterrâneo, cuja função desconheço, mas aparenta ser uma conduta de água. Não havendo poços na proximidade, poderia conduzir a água da chuva ou de alguma atividade para o fosso (está alinhado nessa direção):
Antes disso, havia somente terrenos de cultivo, como prova esta foto da primeira edição do "Entretanto":
Restos de ânforas estão espalhados por todo o local:
Houve nesta zona uma intensa atividade durante o período romano. Conhecemos poucos vestígios, tal como os fornos, e uma estrutura na Avenida 25 de Abril que já ouvi dizerem ser romana.
Tem de ser a autarquia a disponibilizar o acompanhamento das obras durante as escavações, o que custa dinheiro e no caso de se encontrar alguma coisa o progresso da cidade é atrasado.
Por isso muitas vezes a câmara prefere fechar os olhos e deixar avançar as máquinas, como aconteceu no caso do Modelo e depois veio-se a descobrir que foi destruído património que remonta até à pré-história.
Os fornos, tal como os restantes vestígios que a zona do Morraçal da Ajuda esconde são do interesse público a longo prazo. E as ideias para essas zonas, passem elas por um núcleo museológico ou outra coisa qualquer, dizem respeito a todos nós, e tenho pena que não haja muito interesse nelas.
Sem o envolvimento ativo da população, nada feito.
# percurso feito em 8-7-2009
onde está o lar, ou melhor, os alicerces teve sondagens mecanicas e acompanhamento pela empresa neoepica. o que não teve acompanhamento foi a zona da fortaleza e da igreja de são pedro entre outras coisas
ResponderEliminardisseram-me que não tinha tido, mas pronto, a informação está errada. obrigado pela correção.
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