Paira no ar o medo da culpa. Não só o corriqueiro temor de assumir a culpa, mas sobretudo a hesitação em apontar a culpa. Mal pensamos em erguer o dedo indicador apontador da culpa e já se está ele a virar contra nós. Porque nós já não sabemos quem tem a culpa, porque todos a depositam uns nos outros e nós já não sabemos quando acabam uns e começam os outros.
A opinião pública mostra-nos como a culpa nos está no sangue, como país inteiramente culpado que somos.
Porque nós somos como todos os outros, nós temos todos um Sócrates dentro de nós. Nós ficámos à espera que alguém viesse por nós, não nos quisemos acudir em emergência, não quisemos lutar por coisa alguma.
Nós não abdicámos de ir ao cinema, almoçar fora, passar uma semana no Algarve, nós nunca quisemos deixar de aproveitar a nossa vida. Assumamos agora a culpa de termos vivido a delegar nos outros a tarefa de nos segurar. Só vale a pena nos arrependermos dos poucos gastos que achámos por bem cortar. Teríamos chegado à mesma ruína um bocadinho mais felizes.
Porque nós somos como todos os outros, nós temos todos um Sócrates dentro de nós. Nós ficámos à espera que alguém viesse por nós, não nos quisemos acudir em emergência, não quisemos lutar por coisa alguma.
Nós não abdicámos de ir ao cinema, almoçar fora, passar uma semana no Algarve, nós nunca quisemos deixar de aproveitar a nossa vida. Assumamos agora a culpa de termos vivido a delegar nos outros a tarefa de nos segurar. Só vale a pena nos arrependermos dos poucos gastos que achámos por bem cortar. Teríamos chegado à mesma ruína um bocadinho mais felizes.
E daí a expressão popular "a culpa morreu solteira"...
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