qualquer coincidência não é coincidência

Sebastiano Serlio foi um arquiteto italiano que se dedicou a estudar os modelos arquitetónicos usados na antiguidade clássica. Os seus livros inspiraram muitas das obras realizadas na Europa renascentista, que nas suas construções incorporaram elementos inspirados nos seus desenhos de edifícios ancestrais.


Esta gravura (possivelmente referente a um edifício de época romana) aparece no seu quarto livro, bem como a descrição da ordem rústica, segundo a qual foi desenhado: 

Foi escolha dos antigos romanos misturar com o almofadado rústico não só o Dórico, mas também o Jónico e até mesmo a de Coríntio , pelo que não será errado em fazer uma mistura de um estilo, representando nele obra natural e artificial. As colunas com bandas de pedra rústica , a arquitrave e o friso interrompido pelas teclas , mostram uma obra natural , mas os capitéis e parte das colunas, assim como a cornija com o frontão representam uma obra de mãos humanas. Esta mistura, na minha opinião, é muito agradável aos olhos e representa em si um grande poder. Assim acho que para uma fortaleza este estilo é mais conveniente do que qualquer outro, e em qualquer parte dos prédios rústicos onde se coloque, ficará bem.

A prova de como os seus conselhos eram tidos em conta nos séculos XVI e XVII é dada pela porta do antigo Palácio do Governador na Fortaleza de Peniche, um dos poucos vestígios deste edifício a chegar até nós:


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