opinação #2 porto de águas profundas


O blog Amigos de Peniche fez um post com uma frase de Tozé Correia que resume bastante a polémica:

Tivemos de escolher entre ter um porto de águas profundas ou uma onda que vale milhões.
Escolhemos a onda.

Esta frase mexe connosco. Mas mais do que tudo, é preciso elogiar a coragem de Tozé Correia em assumir a sua posição (que neste momento é a dominante).

Nesse post está uma ampla gama de comentários que espelha a dualidade de opiniões, alguns dos quais vou passar a citar ipsis verbis. 

Possivelmente o Porto de águas profundas traria mais empregos e mais desenvolvimento para o concelho, só que tem um senão, não cria tanto mediatismo , nem dá tanta visibilidade a esse malabarista político. 


Se Peniche tivesse um porto de águas profundas eis o cenário que me vem à imaginação: peniche seria invadida por marinheiros de outros países, muitos deles feios, porcos e maus e, infelizmente, com pouca ou nenhuma educação/ formação. O ambiente da terra seria "de cortar à faca": a prostituição aumentaria e a droga proliferaria. Doenças infeciosas trazidas dos confins do mundo ameaçariam a nossa frágil comunidade. Os nossos filhos jamais poderiam vagar em segurança pelas ruas e pelas prais do concelho. Os restaurantes da Av. do Mar transformar-se-iam em autênticas cantinas onde africanos que trabalham no porão dos navios se acotevelariam sob um cheiro nauseabundo do sovaco do próximo. Sobre as nossas límpidas águas flutuariam mantos de óleo e demais gorduras tão características da referida actividade, as nossas praias seriam invadidas, não por turistas mas por nacos de nafta, por objectos não identificados, por peixes e crustários moribundos, intoxicados pela podridão aquática.


O avô da onda quer agora vender (vender não, que já ninguém lhe compra nada) ou oferecer a ideia que foi ele que nos salvou dos malandros que queriam construir um porto de águas profundas. O que vale é que a mentira tem perna curta.
A verdade (que a maioria das pessoas não sabe) é que para o Ministério das Obras Públicas, Peniche continua a ser considerado um “porto de reserva estratégica nacional” o que significa que se a qualquer momento o país necessitar de mais um porto comercial, não é o senhor TV que vai travar a sua construção.


Nesta página está resumido um colóquio, realizado em 16 de Dezembro de 1996, que defendia a implementação do porto.

Nesta entrevista Carlos Mota, presidente dos Estaleiros Navais de Peniche, defende o porto.

Neste artigo José Miguel Nunes explica o que o leva a opor-se ao porto.

De qualquer forma, os penichenses podem dar-se ao luxo de não terem de se preocupar muito com este assunto, primeiro, porque não há-de ser tão cedo que vai haver dinheiro para construir uma megalomania destas, só comparável a um aeroporto, e segundo, porque a ser construída, será uma decisão da administração central.

Obviamente, isso não implica que deixemos de defender as nossas opiniões.

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